Nos últimos tempos, muito tem se falado sobre mobile learning. Entretanto, o que mais tenho visto por aí são projetos de e-learning tradicionais “adaptados” para serem visualizados em dispositivos móveis. Antes de sair por aí adaptando seus projetos, gostaria que você levasse em consideração esses 5 pontos, a seguir:
1 – Mobile learning é diferente de e-learning
Não se engane: o conteúdo produzido para mobile learning (educação móvel) é muito diferente daquele feito para e-learning tradicional.
Enquanto o e-learning requer um computador e um horário planejado de estudos, cursos em dispositivos móveis ficam disponíveis o tempo todo para seus usuários em seus smartphones, durante intervalos do dia, como, por exemplo, em uma fila de supermercado, no horário do almoço ou enquanto se espera um ônibus.
Essa realidade exige uma série de cuidados no planejamento de programas de educação móvel. Em primeiro lugar, devemos considerar que o mobile learning apresenta períodos de dedicação mais curtos do que aqueles exigidos em modelos tradicionais de e-learning.
Além disso, as telas de tablets e smartphones são sensivelmente menores do que os monitores de desktop ou notebooks. Essa redução de espaço exige um novo design de conteúdo, de modo que o usuário possa realmente aproveitar todos os benefícios do mobile learning.
Por outro lado, sabemos que o uso de smartphones e tablets já é superior ao uso de desktops e notebooks. Desta forma, podemos considerar que o aprendiz tem condições de se engajar mais com programas para dispositivos móveis do que com aqueles programas de e-learning tradicional.
Por fim, ressaltamos as inúmeras ferramentas que estão disponíveis em Smartphones que normalmente não são usadas em programas de e-learning tradicionais: módulo de reconhecimento de voz, gravação de voz, câmeras, serviços de localização, entre outros.
Olhamos para nossos celulares, em média, mais de 150 vezes por dia. Programas de mobile learning, diferente do e-learning tradicional, devem levar em consideração estas oportunidades de se oferecer micro momentos de aprendizagem.
2 – Vídeos
Com a significativa melhoria da transmissão de dados das operadoras de telefonia (3G e 4G), a visualização de vídeos em dispositivos móveis já é uma realidade.
Portanto, conteúdos nesse formato se tornaram itens obrigatórios em programas de educação móvel. Além disso, as novas gerações (jovens com menos de 25 anos) tendem a ser mais receptivas a recursos multimídias e menos ligadas a leitura de uma maneira geral.
Entretanto, é importante destacar que vídeos muito longos tendem a ter uma taxa de visualização mais baixa. Assim, vídeo aulas planejadas para programas de mobile learning devem ter vídeos com duração entre 2 e 5 minutos. Mais do que isso, a tendência é que as pessoas não finalizem a visualização do vídeo até o final.
3 – Feature Phones
Apesar do aumento dos smartphones no mundo, muitas pessoas ainda possuem celulares sem acesso à internet. Contudo, isso não significa que elas não podem ser atingidas por programas de mobile learning.
Existem recursos alternativos – como SMS e portais de voz – que podem entregar valiosos conteúdos educacionais diretamente no feature phone (celulares com tecnologia intermediária entre um smartphone e um aparelho comum).
Então, no planejamento de um programa de mobile learning, ainda devemos considerar estes usuários.
4 – Socialize
As novas gerações não se satisfazem sendo apenas espectadoras do processo de aprendizagem. Elas querem ser protagonistas – interagindo, compartilhando e construindo conhecimento.
Programas de educação móvel que não consideram o usuário como protagonista do processo de aprendizagem, tendem a falhar. Por isso, é importante permitir que o usuário seja também um disseminador de conhecimento. Além disso, é importante que o usuário possa compartilhar suas conquistas, conteúdos que ele gosta e até certificados obtidos.
5 – Alguém se lembra do Flash?
Apesar de ter feito muito sucesso até o final da última década, a linguagem flash está morrendo e não é uma tecnologia viável para programas de mobile learning. Frente a este contexto, muitos provedores de conteúdos precisam refazer seu portfólio de cursos, de modo a adequá-los à nova realidade dos dispositivos móveis. Se você ainda tem conteúdos em Flash, está na hora de uma atualizada!
Quer falar um pouco mais sobre mobile learning? Me mande um email para ricardo@mlearn.com.br
Criação: Ricardo Drummond